Cotidiano

“Desafio é produzir num dos piores lavrados”, diz geólogo

Por causa do pequeno projeto de melancia o geólogo Salomão Cruz convidou Elton Dias para fazer a irrigação e dar assistência técnica. Um ano depois, em 2015, ele aceitou a parceria proposta pelo especialista em irrigação.

Hoje, três anos depois, o objetivo do ex-secretário de Agricultura do Estado é se tornar autosuficiente e consolidar um sistema de produção, obrigando o governo a enxergar as potencialidades do lavrado. “A ideia da maioria é que a estrada consolida a atividade rural. Eu penso ao contrário”, disse.

Segundo Cruz, o mercado final, que é a consolidação da produção, não é o regional. Na avaliação do geólogo, é preciso fazer um estudo de mercado externo. Citou como exemplo o Rio Grande do Norte, que exporta melão para a Europa, e o Piauí, que exporta caju para Itália.

“Temos que plantar a semente da busca de mercado externo”, comentou. Para tanto, ele reforçou a necessidade de efetivas barreiras de controle fitossanitário.

Além disso, a importância de serem realizadas e mantidas pesquisas na área. Em Roraima, a exemplo, a melancia foi uma cultura que se desenvolveu em razão da dedicação de produtores. “O desafio é produzir em uma das piores áreas em termos de qualidade econômica do Estado. Mas, está aqui. É possível produzir no lavrado! É preciso incentivo por parte do poder público”, frisou.

Pelo fato de o mercado interno ser pequeno, Cruz destacou a perspectiva de exportar para Manaus, advertindo quanto à oscilação motivada pela produção de outros estados vizinhos ao Amazonas.

Mais uma vez, pontuou a importância do incentivo. “Roraima deveria ter uma representação em Manaus analisando e informando com antecedência as necessidades em termo de produtos. Dessa forma, o produtor daqui consegue se preparar para atender a demanda”, sugeriu. (A.G.G)

 

Criação de gado é saída para
aproveitar resíduos das safras

Como você se vê daqui a uns anos? Já tem planos para o futuro? Para o produtor, seria expandir a área plantada, certo? Não, necessariamente. Para o tecnólogo em agronegócio, Elton Dias, o plano para o futuro não se resume ao plantio, mas também aproveitar o resíduo das safras. Aí, surge um novo negócio: a pecuária. “A ideia é produzir esses vegetais e aproveitar os resíduos na criação”, contou.

Considerando os quatro produtos disponíveis na propriedade, Dias tem em mente o uso que cada um pode ter em relação à criação dos bovinos. Com os restos da batata-doce, a exemplo, terá forragem de alta qualidade para alimentar os bichos.

O mesmo deve acontecer com a parte superior da maniva da macaxeira, e a palhada do milho para silagem. Para ele, o lavrado pode ser excelente para produção, desde que com aproveitamento e produtividades de qualidade.

Olhando para trás, na avaliação do tecnólogo, a parceria com a Embrapa foi um dos grandes passos ao desenvolvimento. Contudo, reforça que o ponto principal para a continuidade da produção foi o planejamento e a ação em cima disso.

“A tecnologia adequada é fundamental. Temos uma análise de solo para cada hectare e sempre procuramos a Embrapa como apoio. Temos pesquisadores de diversas áreas que se somam aos estudos que temos”, pontuou. (A.G.G)